
Racismo Estético: Decolonizando os corpos negros
- 19/11 - Sexta-feira- 10h00
Resumo
Grafites cobertos de tinta cinza na cidade de São Paulo. Projetos de lei apresentados ao senado brasileiro para criminalizar o funk. Tapumes colocados em vias públicas com o intuito de esconder as favelas e os morros. Comparações maldosas: "aquele cabelo de bombril!"
Sabe o que essas frases têm em comum? Elas são discriminações estéticas.
O racismo é um projeto nefasto de exclusão e de silenciamento de grupos sociais. A estética é um construto considerado nobre, dentro do campo filosófico, por ser representativo das especificidades e expressões humanas. Quando a dimensão estética é negada a um indivíduo, automaticamente, um apagamento identitário ocorre. O Racismo Estético está infiltrado de diversas formas na sociedade brasileira e busca se justificar por meio de diferentes discursos, entretanto seus objetivos permanecem os mesmos: desumanizar o indivíduo, cerceá-lo de suas subjetividades, rejeitar a sua beleza, destituí-lo de seu próprio corpo, invisibilizar a sua produção artística, limitar a sua presença nos espaços urbanos e aniquilar as suas epistemes.
Mini CV
Prof. Dr. João Paulo Xavier - Sociólogo e Linguista. Doutor em Estudos de Linguagens/ CEFET MG, Mestre em Linguística Aplicada / UFMG, Coordenador do Grupo de Estudos Críticos para as Relações Etnico-raciais / GECRE/CNPq. Autor dos livros “Racismo Estético: Decolonizando os corpos negros” (2020) & "Indocente" (2021)